sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Todos os nomes

Uma coisa que eu acho que é importante e não está bem é os nomes. Há montes de pessoas que os nomes são iguais. Só Anas e Sandras conheço eu para para cima de umas vinte, Anas Margaridas, Anas Cristinas, Anas Marias (e Sandras igual). Só aqui no trabalho hão-de haver algumas seis ou sete Anas. Quer dizer, se fizessem um filme só devia de ter uma Ana e uma Sandra; se houvesse duas que o nome fosse igual, era logo vai haver uma confusão qualquer com estas gajas. Eu sou Rui Fernando, mas toda a gente me chama Nando, fora no trabalho, que sou Rui. Da família, só a minha esposa é que não, é mesmo Fernando e não gosta nem um bocadinho de Nando. E um amigo meu que é Luís e a mãe e a irmã mais nova são as duas Idalina, e a irmã mais velha é Deolinda e tem uma filha que é a sobrinha dele e também é Idalina e o filho, que eu fui o padrinho, também é Rui. Tenho outro amigo meu, que é o Paulo, que antes de se casar com uma que é Carla, teve namoro com três que eram todas Carla. E por aí afora. Nos filmes não é assim e nos livros também não pode ser, porque senão ninguém percebia nada. Tem-se que mudar os nomes, senão é uma confusão. Outra coisa importante é os palavrões. O meu pai era humilde, mas não gostava de palavrões, e a minha velha então, alto lá, quando eu alçava a grimpa era logo. O meu pai nunca me levantou a mão mas também não era preciso, mas digo palavrões. Quando comecei aqui no trabalho, as pessoas só diziam palavrões quando estavam só gajos, ou só gajas, por exemplo, ou então em Inglês (eu falo um bocadinho). Eu dei a volta a isso, tipo tudo a tomar café no primeiro andar (que depois acabou, porque o patrão afinava, mas também não se podia fumar, portanto por mim...) e eu vá de contar uma anedota mais pró picante, mas sem exagerar demais, só na reinação que eu não gosto de ofender ninguém. E os outros era logo a avacalhar. Mas voltando aos palavrões é mesmo assim que as pessoas falam (e o patrão tenho a certeza que é igual, só que à nossa frente é que não). Se o Miguel Esteves Cardoso, que tem estudos (eu não tenho derivado que tive de começar a trabalhar quando o meu pai faleceu, mas a quase que acabei o liceu) pode fazer um livro que é O Amor é Fodido eu também posso mandar umas bojardas. E em relação às gajas igual e aos paneleiros e aos pretos. Há um no DN que é o Manuel Ribeiro que é só cartas de gajas a dizer mal, mas gostam e, as que dizem mal lêem, senão como é que sabiam. O que eu quero dizer é que há porradas de mulheres que escrevem livros que as mulheres lêem. A Rita Ferro, a Margarida Rebelo Pinto, a esposa do Freitas do Amaral e uma que é a Bobone e mais uma porrada delas fartam-se de fazer papel. O que eu acho é que se funciona com mulheres também funciona com homens. Eu sei que os paneleiros e as mulheres é que lêem mais livros, por isso um gajo que quiser escrever um livro como os que as gajas lêem mas para os homens também não pode abusar demais, porque senão depois ninguém compra. Eu achava que escrever era difícil, mas até nem está a ser e acho que o meu livro até agora é bom. Um aqui que tem estudos, para escrever uma cagada dum folheto é só enciclopédias e dicionários e internet e o diabo a quatro e na volta o patrão não gosta, mas também com o patrão é sempre assim. As pessoas é que pensam que escrever é difícil mas é porque nunca experimentaram... Mas há livros que ninguém compra fora intelectuais, ou intelectuais da treta, mas nem me acredito que os lêem. Há livros que depois são feitos filmes, tipo a Firma ou o Cliente ou o Advogado do Diabo que eu não li os livros mas vi os filmes e o escritor é o mesmo mas como são todos sobre advogados, ele teve trabalho para um e ficou com a papa feita para os outros fora a história que é diferente. E o Stephen King igual, nem me acredito que tem trabalho fora a história, que é a vantagem do sobrenatural. Eu também não estou para me matar, que já chega ter que escrever e não gosto de sobrenatural nem de ficção científica (que mesmo assim tem-se que ter uma grande imaginação, lá isso também não vou negar). Li os Lusíadas, que não gostei mas lá que é bem escrito é. Os Maias do Eça de Queiroz gostei. E li mais uma catrefada deles (as Viagens na Minha Terra, e outro que era a Família Inglesa e mais outros que agora não me lembro, mas acho que o que gostei mais ainda é os Maias). E em inglês também li alguns. Portanto até acho que li mais livros que muita gente, só que não sou é nenhum intelectual. O dos folhetos é só palavras caras e vírgulas, tem a mania das vírgulas, mas se o patrão não espirra também não sou eu que vou dizer nada. Mas lá português sei (e inglês), só que não é assim que as pessoas falam, fora intelectuais e mesmo assim é cada uma que até dói, mas prontos.

3 comentários:

  1. ri às badanas descoladas, mesmo que possa ter sido também derivado do planalto.

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  2. Hilariante =D Menos o facto de o livro preferido do Nando ser um dos meus favoritos.

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