segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Lebowski
Tenho em casa, desde há duas semanas, uma impressora. É um belo objecto (um paralelepípedo quase cúbico) em plástico negro mate que, como o tapete do Lebowski, really ties the room together. Estou muito satisfeito com a aquisição: não só custou (instalação incluída) uns míseros/meros 150 euros, como, tendo eu dispensado a emissão da correspondente factura, fiquei em contrapartida dispensado de esportular outros 30, correspondentes ao que julgo ser um imposto chamado IVA. A “máquina”, como o gajo que ma instalou insistia em chamá-la, é a laser, e imprime fotografias com excelente qualidade. Só ainda não percebi bem para que me vai servir. Já fiz, a pedido da minha Mutti (os seus desejos são ordens), algumas cópias de fotos da minha sobrinha Mariana. A crítica foi unanimemente elogiosa. Já imprimi uma lista de livros que tenciono (money and time permitting), respectivamente comprar e ler. Devo ter imprimido umas dez páginas, no total. Não levando em linha de conta o custo do papel, cada página custou-me até agora 15 euros. Sou um teso que não tem onde cair morto: 15 euros por página is a little too rich for my blood. Por isso, ontem, lembrei-me de que poderia tentar começar a amortizar a máquina com a impressão de pornografia. Imagens de gajas boas, na Internet, não faltam. Da resma de folhas que tenho em casa (uma resma = 480 folhas) sobram-me ainda 470. São muitas gajas boas, muitas punhetas potenciais à espera de implementação. O problema está nas fotografias que encontro. A primeira candidata de que me lembrei foi a Jessica Biel. É uma artista de grande talento, e gosto muito de vê-la trabalhar. Escrevendo “jessica biel” no google imagens, não é preciso ir além da primeira fornada para encontrar pano para muitas mangas... But there’s (pun intended) a rub: impressas as fotos, criado um ambiente de trabalho ergonomicamente adequado (um panóptico, digamos), esbarro na dúvida tremenda: porque é que uma rapariga assim haveria de contorcer-se langorosamente com os olhos cintilantes de desejo pousados em mim? A inteligência ou o bom-senso (you choose which) dizem-me que as probabilidades de isso alguma vez acontecer são ténues, senão ínfimas. Ain’t gonna happen. E a punhetinha tão ansiada não chega a ser implementada. E não adianta alterar os parâmetros da procura: brancos e negros, os corpos que vêm dar à minha costa (por razões misteriosas, os fotógrafos têm uma marcada preferência por praias) são invariavelmente perfeitos, luzidios de água salgada e óleos perfumados, coleantes em marés baixas, reclinados sobre rochas quentes e polidas; nos rostos de impossível simetria, o desejo é murmurado por lábios entreabertos mostrando dentes de impecável brancura, o prazer prometido por olhos semicerrados no antegozo de longos enlaces que só orgasmos de perfeita sincronia quebrarão. Deslocado, só poor old me. É a maldição do masturbador inteligente... Vou ter de ficar à espera que algum nerd inspirado crie o site plausibleporn.com. Já gostei mais do paralelepípedo quase cúbico negro mate que really ties my room together...
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